Frases

5 de ago. de 2011

Quando a fé vira alvo do mercado

"Eu te peço, ó Deus, que me dês duas coisas antes de eu morrer: não me deixes mentir e não me deixes ficar nem rico nem pobre. Dá-me somente o alimento que preciso para viver." Provérbios 30:7-8
O deus mais aclamado em nossos dias é o dinheiro e o seu sistema religioso é o capitalismo. É regido pelo mercado especulativo e existem pessoas orando para que a bolsa feche o pregão de forma positiva. Estamos separados pelos que podem comprar e os que sonham comprar. Na realidade, separados em os que VÃO comprar e os que NÃO VÃO comprar. E o segundo grupo vive oprimido pelo fracasso.

Neste contexto a igreja hodierna entra em cena tentando responder e amenizar a situação. Como ela não consegue lutar contra este sistema opressor, ela faz coro e o apoia. E o problema não é somente em nosso país. Max Weber em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, escrito há mais de 100 anos (!), já denunciava o protestantismo apoiando o capitalista consumista.

Em nosso país a teologia da prosperidade, influenciada pelos ventos norte-americanos, o consumismo é sinal de vida com Deus. O indivíduo que possui bens de consumo é alguém "abençoado". E nesse contexto, o "não-contemplado" é visto como alguém que não tem sido fiel ao Senhor. "Fidelidade", esta cobrada somente nos dízimos e ofertas. A santidade não entra neste pacote. É quase irrelevante uma vez que após ser "abençoado" o fiel tem ampla liberdade para consumir.

O consumismo apoiado pelo sistema religios presente no Brasil, ganhou espaço no mercado denominado "Gospel". Pode-se adquirir Arcas da Aliança, Shofars, vesturário "evangelístico", CD's, DVD's e Bíblias. Recebi recentemente uma lista de "bíblias": da mulher; da mulher que ora; da mulher que sofre; do casal; teen; do evangelista; do obreiro; do executivo; etc.

Escutei em uma palestra recentemente uma frase interessante: "O consumismo é a vingança do pobre contra o sistema opressor da pobreza". Ou seja, quando ele "compra" ele sente-se digno, igual aos demais, ele sente que tem "poder" aquisitivo. A igreja, que deveria entrar na contra-mão desse sistema, faz coro ao sistema endossando uma "vida vitoriosa", apenas no campo da pobreza.

O que torna-nos "semelhantes" uns aos outros é reconhecermos as nossas debilidades, fraquezas, angustias, medos, problemas e sua solução em Cristo. Apascentar ovelhas do Senhor oferecendo veneno, só irá causar um dano ainda maior a médio e longo prazo. Não se oferece dignidade a uma pessoa dando-lhe a possibilidade de se tornar mesquinha e amante do dinheiro e seus "benefícios". O dinheiro é como um remédio de tarja preta: serve para curar de um problema emergencial, mas se consumido em grandes quantidades e a longo prazo traz danos colaterais ao corpo. No caso, a alma também.

Que a oração de Provérbios 30 seja a sua oração também. Amém.

Já postei aqui o vídeo abaixo, mas vale á pena rever:


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