Frases

25 de nov. de 2011

A Revelação da palavra de Deus


O que temos dito com respeito a revelação de Deus em Jesus Cristo, é verdade também com respeito às Escrituras. A Igreja Cristã nunca pode permitir-se abandonar sua base: as Escrituras - e somente as Escrituras são palavras de Deus. O que é dito do Deus encarnado é verdade da revelação na Bíblia; para ser uma revelação real ela deve ser velada. A palavra de Deus na Escritura, como o Cristo segundo a carne é para ser identificado com o Cristo segundo o espírito. As palavras das Escrituras são humanas; isto é, Deus faz uso de humanos e, portanto, frágeis e falíveis palavras de homens que estão sujeitos a errar. Mas os homens e suas palavras são os meios através de um sério equívoco a fé genuína encontrará satisfação na teoria da inspiração verbal da Bíblia

Aquele que identifica as letras e palavras das Escrituras com a palavra de Deus nunca tem verdadeiramente entendido a palavra de Deus; ele não conhece o que constitui revelação. Que melhor testemunho do que o de Martinho Lutero podemos evocar? Nenhum homem que já viveu conheceu melhor do que ele, o que a Bíblia é para o cristão. E Martinho Lutero, com plena apreciação do que ele estava dizendo, colocou lado a lado estas duas afirmações: "Somente as Escrituras são palavras de Deus"; e "elas são o berço no qual Cristo é colocado". Precisa ser mencionado que ele ocupou-se com criticismo bíblico? Se alguém fosse dizer que criticismo bíblico é possível a despeito da fé na Bíblia, alguém exportar-se-ia ao ônus de prevaricação. Aquele que sabe o que constitui a palavra de Deus na Bíblia, deve devotar-se ao criticismo bíblico. E, deixe-me ser entendido, criticismo minucioso, corajoso, radical. Pois é realmente a vontade de Deus que nós ouçamos sua palavra e não confundamos cosmologia antiga e cronologia israelita com palavra de Deus. Não deve ser dito que neste novo modo, a razão faz a si mesma mestre; quando, como Lutero colocou, a razão é feita uma prisioneira da palavra de Deus.

BRUNNER, Emil. Teologia da Crise. São Paulo: Fonte Editorial, 2010, p. 38-39.

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