Sou uma pessoa que sempre errou muito. E nessas minhas errâncias, Deus sempre me motivou a agir diferente após meus tropeços. Em meio as lágrimas e ao remorso pelas falhas, fiz promessas e bradei para meus próprios ouvidos que jamais iria cometer os mesmos erros. A grande maioria destas promessas foi esquecida e algumas nunca cumpridas. "Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?"
Pensando nas minhas promessas quebradas, olho para Deus, que cumpre as suas promessas. Ele prometeu, através de seus profetas, resgatar seu povo do "cativeiro da alma". Em Jesus essa promessa se cumpre de forma integral. E Jesus, como Ele era? Para provar quem era, saiu á falar ou á fazer?
Todas as vezes que Jesus realizava algum feito miraculoso, dizia: "Não conte para ninguém, ok?", mas "quanto mais lhes proibia, tanto mais o divulgavam"¹. Jesus jamais saiu gritando: "Ei, eu sou o Filho de Deus! Sou o Deus encarnado! Sou o verbo que anda entre vocês! Lá lálálááá...". Ele estava mais interessado em mostrar com seus atos e maneira de viver quem Ele verdadeiramente era.
Em um episódio, ás vezes mal interpretado por alguns cristãos², João Batista manda seus discípulos perguntarem a Jesus: "És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?". João havia sido encarcerado pela sua acusação contra Herodes de viver com a mulher de seu irmão. Pela promessa de Deus, Jesus seria da descendência de Davi³, que é tido pelo povo judeu como um guerreiro e conquistador. A mudança esperada por João e pelo povo era de uma libertação física, do Império Romano, enquanto a pretensão de Deus era ainda maior, porque Ele faz por nós "mais do que pedimos ou pensamos"⁴. Deus propõe uma libertação integral do homem: física e espiritual.
Á justa pergunta de João, mediante a interpretação comum de sua época, Jesus não se defende com palavras, mas com atitudes:
"E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho." (Mateus 11:4-5)
As palavras de Jesus trouxeram uma nova perspectiva espiritual para o mundo. Elas são libertadoras. Elas mexem com nossa alma á ponto de que uma transformação de dentro para fora seja percebida por todos. Mas, com seus atos Jesus "falou" muito também. Ele estava mais preocupado em ser, afinal de contas, "a melhor forma de ensino, é o exemplo". Francisco de Assis bem expressou esta ideologia, quando disse: "Pregue o Evangelho sempre. E se necessário, use palavras".
Os atos de Jesus marcaram as pessoas de sua época de tal forma que nos primeiros segundos, após sua morte "o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus"⁵. Jesus não usou uma palavra sequer com o centurião. Outro exemplo disso foi Estêvão, que ao ser martirizado, repete a oração de Jesus clamando pelo perdão de seus assassinos, dizendo: "Senhor, não lhes imputes este pecado"⁶.
Não tem outro jeito. Para que eu possa mudar de verdade, preciso agir mais e falar menos. E com a ajuda de Jesus é o meu salvador e meu exemplo á ser seguido, sei que posso conseguir.
"Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também." (João 13:15)
¹ - Marcos 7:36.
² - Há pessoas que interpretam a pergunta de João Batista como um tipo de afronta á Jesus, uma vez que o próprio João já havia o reconhecido como "O Senhor" (Mateus 3:3).
³ - Isaías 11.
⁴ - Efésios 3:20.
⁵ - Marcos 15:39.
⁶ - Atos 7:60.
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