Frases

30 de set. de 2011

Responsabilidade das ovelhas


Até que ponto as ovelhas são responsáveis pelo avanço dos "outros evangelhos"?

Recentemente fui bombardeado por esta pergunta várias vezes por semana. Meu amigo Wesley contribuiu largamente para que fosse fomentada a dúvida em minha cabeça. A dúvida se dá basicamente porque creio (cria?) veementemente que o que leva alguém a seguir os "ventos de doutrina" é a falta de conhecimento.
Porque meu povo se perde por falta de conhecimento, e a culpa é do sacerdote (Os 4.6).
Obviamente é um texto referido ao contexto do profeta, no entanto, fazemos conexão com o nosso contexto uma vez que os atuais sacerdotes continuam ensinando ao povo. Meu amigo insiste que o povo muitas vezes sabem das más intenções dos pregadores da inverdade, que eles estão em busca daquilo que pregadores "têm" a ofertar e que por certo são da mesma estirpe dos lobos que se vestem de ovelhas.

Existem muitas vozes que nos convidam a fazer determinadas coisas. Estas vozes ecoam pela história aos quatro ventos do mundo "buscando a quem possa tragar". Jesus foi enfático ao dizer sobre os ecos do mundo:
Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. - Jo 10.26-27
Jesus conhecida muito bem as vozes que ecoavam no mundo. O Diabo por três vezes tentou convencê-lo a abandonar os propósitos do Pai, fazendo ofertas a um necessitado de pão, de segurança  e glórias (ele esvaziou-se, lembra?). Ouviu a voz do Pai que nele se compraz, e o leva ao deserto e chama-o á Cruz. E ainda as vozes dos desesperançados, oprimidos e famintos de Deus. E ele sabia discernir a quais vozes devia dar ouvidos.

Hoje (29/10) estava no ponto de ônibus eu e uma irmã de mais idade da comunidade que sou membro, conversando sobre coisas comuns quando começou a narrar um pouco de sua história:
"Me converti no ano de 95 em uma igreja batista do bairro Ribeiro de Abreu. Gostava muito de lá até o pastor começar a obrigar os membros a irem nesse tal de "encontro". Consegui evitar o máximo que pude mas acabei indo. Ir foi bom, mas nada que eu já não tivesse experimentado com Deus no meu dia a dia. Quando veio o tal "re-encontro" tive que sair da igreja. Estava muito difícil convencê-lo de que não precisava daquilo.
Fui para a Universal. Aí que as coisas ficaram ruins mesmo. Meu antigo pastor tinha seus problemas, mas nada se comparava "áquilo" que encontrei nesta igreja. É igreja, né pastor Felipe? [Não sou pastor]. Antes mesmo que eu esboçasse uma resposta, ela completou dizendo que já tinha ouvido que lá era uma seita e continuou a contar: 
Aquele povo só quer saber de dinheiro, não fala de Jesus nada. Eles falam um "tiquinhozinho" assim ó, da Bíblia [fazendo um gesto a lá Professor Raimundo]. E depois gastam o tempo todo falando de dinheiro e mais dinheiro. Parece que o caminho para Deus é o dinheiro.
Fiquei lá seis anos, porque minha filha estava indo para a igreja e estava gostando de lá. Graças a Deus saí de lá e voltei para uma igreja, aqui no bairro. Mas minha filha parou de ir em igreja. Não gosta mais de igrejas. De nenhuma..." - Pediu-me para orar pela filha e neta, e cada um foi para seu lado.
Fiquei pensando o dia todo: a irmã, com toda sua simplicidade, idade avançada e conhecimento obtido nestes dias de difícil alimentação nos púlpitos, conseguiu discernir o "certo" do "errado". Sim, o povo se perder por falta de conhecimento, mas o acesso ao "santo lugar" é á todos após o véu ser rasgado de alto á baixo. Somos co-responsáveis pela nossa educação bíblica. O sacerdócio é universal em Cristo Jesus.

O próprio Jesus nos ajuda a responder esta questão no episódio o qual é questionado por Pilatos sobre sua identidade: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo o que é da verdade ouve a minha voz - Jo 18.37.  Nós enquanto ovelhas ouvimos a voz daquele que nos chama desde o Gênesis e caminhamos em sua direção pelo Caminho. Os "outros caminhos" ofertados são seguidos por aqueles que não ainda reconheceram a voz do Senhor.

Bom, "até que ponto somos responsáveis" talvez varie de uma comunidade para outra, de um período histórico para outro, etc. Este encontro com a irmã da minha igreja serviu como uma alavanca para mim: não devo gastar meu tempo, teclado, intelecto e bytes com esses evangelistas de um "outro evangelho". E que Deus me ajude a resistir a tentação de denunciar os falsos apóstolos, profetas, etc.

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