por Philip Yancey
Há pouco tempo estive junto ao leito de um parente meu que havia sofrido um acidente vascular cerebral progressivo. Certo dia, enquanto jogava golfe, ele começou a sentir a visão embaçada. Alguns dias depois sua fala ficou confusa. Depois ele perdeu o movimento da perna e do braço direito. No dia seguinte, ele já não conseguia andar. Quando cheguei ao hospital e me sentei ao seu lado, ele estava imóvel com o olhar vazio fitando o nada. Pouco a pouco seu cérebro desligara partes do corpo, como um piloto desligando os sistemas de uma aeronave. Um exame de ressonância magnética acusou três pontos mortos no cérebro e uma grande área em risco abrangendo quase um terço da superfície total. Um neuro cirurgião decidiu fazer uma intervenção complicada durante a qual parte do crânio foi removia e uma artéria próxima do couro cabeludo foi redirecionada para uma região mais profunda do cérebro. A ressonância magnética pós-operatória mostrou que a área em risco estava agora inundada de sangue e o funcionamento normal costumava voltar. Eu pude ver uma clara diferença em sua capacidade motora no espaço de poucas horas após a cirurgia. Ao longo das semanas seguintes ele foi gradativamente recuperando a fala, bem como as funções do braço e da perna do lado direito.
A observação desse meu parente me proporcionou uma vívida metáfora para o pecado e a graça. Essa embolorada palavra - pecado - simplesmente identifica aquelas ações que nos trazem danos físicos e espirituais. Abusando dos dons de Deus, nós introduzimos alguma coisa estranha em nossa alma. Quando se permite que o pecado se torne um vício, ele se causa sérios prejuízos, desligando o potencial para o qual fomos criados. O arrependimento remove o bloqueio e restaura a alimentação das áreas em risco liberando o fluxo vital e purificador da graça de Deus.
Extraído do livro "Para Que Serve Deus".
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