Frases

4 de fev. de 2011

Mudai o vosso julgamento!

Fazendo o meu devocional pela manhã me deparei com um texto que exprime muito bem o “espírito” de nossa época. Li o texto de Lucas 9. Aproveitei para ler algumas partes em grego, para desenferrujar. E cheguei a conclusão de que Jesus é um cara muito "do contra". Veja só:

O capítulo começa com Jesus comissionando os Doze discípulos a irem anunciar a chegada do Reino de Deus. O Senhor lhes deu poder e autoridade sobre todos os demônios (vv. 1). E lá se foram expulsando demônios e curando enfermos. O reino agora estava visível a todos.

Eles voltaram extasiados. Haviam feito coisas maravilhosas, através do Espírito (vv. 10a). Imagino que diziam algo assim: “Expulsei um demônio que tinha dez chifres. Não, tinha dezoito chifres. Para ser sincero, dezoito só na metade da frente, os de trás da orelha nem deu tempo para contar...”; “E eu? Eu curei aleijado que há cinco anos não andava. Ou eram vinte?...”. Quanto maior o milagre mais impressiona a platéia.

Jesus vendo que uma multidão os cercava saiu com os Doze para o deserto (vv 10b). Ele não gostava dos holofotes. Mas o povo o seguiu. Milagres e milagreiros são um sucesso não é de hoje. No entanto, quando o povo teve fome os Doze incentivaram Jesus a mandarem eles embora (vv. 12). O negócio dos Doze era salvar “almas” e não “vidas”. Algo comum hoje em dia.

Mesmo assim Jesus lhes deu a chance de fazer algo, dizendo que alimentassem o povo (vv. 13). Eles disseram que tinham pouco, apenas cinco pães e dois peixes, talvez não desse nem para eles mesmos. E o Senhor lhes mostrou que não existe alguém tão pobre que não possa fazer algo pelas pessoas. Que não existe alguém que tenha tão pouco que não possa alimentar o próximo. Sobrou comidaA mesa dEle é farta.

Pedro lhe respondeu, ao ser indagado sobre a pessoa de Jesus, que Ele era o Cristo (vv. 18-20). De barriga cheia foi fácil dizer isso. Mas quando a barriga estava vazia, um tempo depois, foi fácil negá-lO também.

Ao Cristo todos deviam seguir. E Jesus, após a confissão de Pedro, disse que não seria fácil: cada um deveria sofrer a sua porção para que fizesse parte do Reino; que deveria até mesmo perder sua própria vida por esse Reino; e que o dia que as Palavras dEle não fizessem sentido, não deveria se envergonhar (vv. 23-27).

Não fez sentido algum, um tempo depois (oito dias), Deus negar que fosse erguido um altar para adoração de JesusMoisés Elias no alto do monte. Como assim? Jacó ergueu um altar (cf. Gn 28.18) em um “ponto de contato”, por que nós não podemos? Mas a voz de Deus mandando com que ouvissem ao Filho calou os precipitados discípulos (vv. 35). Era o recado: não olhem para a Lei (Moisés), ou para os profetas (Elias) e sim para Jesus. Tudo (Lei e profetas) estava apontando para Ele.

Ainda desconcertados, os discípulos foram testados e se deram mal com um demônio mais folgado. Jesus o chamou de incrédulos (vv. 41). Em seguida mais problema: Jesus falou que seria entregue aos homens. Como assim? O Cristo veio para reinar, ser rei de Israelcomo Davi e não perder uma batalha e ser entregue nas mãos de homens... Deixaram para lá. Talvez fosse o sol quente que tivesse levado Ele a dizer isso. Tinham coisas mais importantes para pensarem.

E o que lhes importava logo veio à tona: quem de nós é o maioral (vv. 46)? Jesus, o “do contra”, carrega uma criança e lhes mostra qual era o caminho para atingir a grandeza: a simplicidade e humildade de uma criança (vv. 48). As coisas estavam piorando para eles. O Mestre agora estava dizendo que aqueles que não podiam dizer nada a um adulto, a não ser em seu Bar Miztvah, era maior que eles?

Eles perderam o chão. Sabe aquela máxima “macaco quando não pode comer da bananeira, fala que está podre”? Então, os caras começaram a criticar quem estava ganhando espaço e reconhecimento sem estar na Escola de Teologia de Jesus de Nazaré (formação em três anos, uau!)(vv. 49). Tiveram medo que ele “furasse a fila” e assentasse a direita de Jesus na hora que o Senhor estivesse reinando. Ele os repreendeu. Só para “variar”.

Agora sim eles iriam dar prova de que fizeram “escola” para os líderes religiosos do Brasil. Após os samaritanos não o receberem em suas casas, dois “filhos do trovão”, disseram: “Senhor, quer que [nós] mandemos que desça fogo do céu e os consuma, assim como fez Elias?” (vv. 54). Assim nasciam os crentes que aprovam a pena de morte. Dias depois Jesus conta uma parábola contando a história de um samaritano que era mais humano que sacerdotes e levitas. "Do contra" detected!

Jesus lhes repreende dizendo, segundo minha tradução do original: “Mudai o vosso julgamento!” (vv. 55). Ele veio para salvar e não para destruir (como crêem os dispensacionalistas). Isso eles não haviam entendido desde que Jesus ao ler Isaías 61 (cf. Lc 4.18, 19), excluiu o  Dia da Vingança de Deus. Por quê? Não era a hora do Juízo. Ele ainda vai vir. Mas não como alguns andam dizendo por aí ao segurarem  microfones.

Outros pelo caminho quiseram seguí-lO (vv. 57-62). No entanto, ele jamais escondeu que segui-lO implicava em passar por situações adversas, onde não ter onde dormir seria algo como. E que também não deveriam voltar atrás após decidirem pelo Reino. Algo que não é muito dito nos dias hoje. Acho que é porque não faz sucesso. Não faz a audiência do programa de rádio ou televisão subir. Não faz com que encha (ou inche) a igreja. É... Ele realmente é do contra.

2 comentários:

  1. Fino d+ cara, muito bom !!
    Jesus realmente era do contra, ele não se importava com holofotes, não queria agradar ninguém, também porque a verdade corta e rasga o coração e isso não agrada ninguém, a verdade é dura, carregar a cruz não é fácil e as pessoas querem receber "benção" né cara?? mas não querem ter um compromisso e um relacionamento vivo com Cristo

    ResponderExcluir
  2. pena que elas não sabem todas as vantagens de ter esse relacionamento com Cristo e todas as desvantagens de não ter, talvez até saibam, mas ignoram isto !!! que Deus tenha misericórdia de nós !

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...