Frases

11 de fev. de 2011

Conselhos tão antigos quanto atuais

Conjuro-te, pois, diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende,  exorta, com toda a longanimidade e ensino. Porque virá tempo que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo coceira nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças; se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre bem o teu ministério.” – II Tm 4:1-5
As duas cartas de Paulo enviadas á Timóteo talvez sejam as cartas mais pessoais de todo o Copus Paulinos. Nelas o apóstolo dos gentios, dá uma série de recomendações a seu “filho na fé”. Na segunda carta podemos ver um desabafo por parte de Paulo no último capítulo, com o apóstolo afirmando que em muitos momentos esteve sozinho e abandonado por aqueles que no início andaram com ele. Mesmo assim, ele pede que Timóteo o visite trazendo a Marcos e sua capa. Um fim não tão glorioso, quanto as pessoas imaginam que o “crente” deveria ter.

Nos cinco primeiros versos do quarto capítulo, da segunda carta, Paulo sofre os seus dias e talvez, profeticamente, os nossos também. No primeiro e segundo versos, Paulo inicia “conjurando”  - pede encarecidamente - a seu discípulo que pregue a Palavra em todo o tempo. 

O apelo de Paulo não é em vão. O apóstolo  prediz que viriam dias que as pessoas não iriam querer ouvir “a sã doutrina”, antes iriam refugiar-se em meio a pessoas que ensinassem “segundo as suas próprias cobiças”, ou seja, falariam o que eles querem ouvir. E como temos pessoas massageando o ego demoníaco das pessoas...

Em nossos dias os cristãos preferem ouvir palavras de incentivo a sua vazia espiritualidade.  Qualquer frase herética seguida de sentença que termine com palavras de incentivo a soldados rasos, que irão morrer na primeira salva de tiros, faz com que os cristãos saltem do banco e de pé, aplaudam o deus do homem que segura o microfone.

Estes não querem ouvir a verdade, como Paulo denuncia no quarto verso. Preferem ouvir as velhas “fábulas”.  Na carta a Tito, Paulo afirma que são “fábulas judaicas”. E nada mais atual do que esse termo para dias tão judaizantes quanto os nossos.

Vivemos em dias de profecias e profetadas, muralhas que precisam ser derrubadas, restituições exigidas por filhos rebeldes, barganhas financeira para que o deus-espantalho afugente o devorador e migrador (o gafanhoto virou capeta). Encontros estáticos com o Espírito, atos profético sem fim (é água ungida, folha de arruda, sal grosso, rosa perfumada, etc). Talvez o próprio Paulo não tivesse idéia da forma a qual suas palavras proféticas viessem a se cumprir.

No quinto verso Paulo dá conselho e conforta os que passarão pelo problema: suporte as aflições. Não há saída. Não há fórmula secreta para solucionar o problema. Paulo dá como certo a vinda do sofrimento. Ele virá. E nisso eu, Felipe, afirmo: ele veio. E para todo aquele que na verdade se firma e vive em busca do conhecimento de Deus para o exercício do ministério, o Pregador de Eclesiastes já havia avisado “e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor” (Ec 1:18).

Tenho experimentado essa dor sempre que vou ao culto. Sempre que converso com um irmão em Cristo. Quando ouço música gospel. Quando leio sobre o mundo cristão na internet. Quando leio o jornal e vejo que o reino de Deus não está sendo construído porque os cristãos estão interessados apenas em “conquistar”, em ser “cabeça”, em possuir bens materiais, em “determinar” e fazer de Deus um Gênio da Lâmpada, que a uma esfregada ou um “berro de determinação” vem atender o senhor do Senhor.

Paulo deixa as seguintes recomendações a Timóteo: seja maduro em tudo; sofra com amor; não deixe de pregar o verdadeiro Evangelho; faça bem feito o que vier a suas mãos, pois foi Deus quem lhe designou ao ministério.

Que Deus nos ajude a caminhar neste mundo e mundinho evangélico e ser luz.

Um comentário:

  1. Mano, muito bacana teu blog. Consistente e subversivo no conteúdo.Textos atuais e provacativos.Gostei da proposta e do que vi. Um abraço, Franklin

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