(Publicado anteriormente em abril de 2010, em FFCosta)
É comum associarmos a criatura ao criador (não estou falando de Deus). Fazemos esta associação devido ao fato de que, o próprio Deus nos associa á Ele (Gn 1:26). No entanto não devemos tomar o verso bíblico como medida para dizer que a obra é igual ao artífice.
Existem artistas que criam obras maravilhosas. Mas quando analisamos o estilo de vida de tais artistas vemos que suas obras não se assemelham com seu estilo de vida. Não convém que aqui se monte uma lista destes artistas. Peço que imaginem apenas, aquele cantor que compõe uma música que nos convida a reflexão sobre a humanidade; aquele pintor que faz uma linda pintura que nos chama á atenção as coisas simples da vida; aquele livro que nos lembra que os direitos humanos valem apenas para quem tem dinheiro para reclamá-los; a bailarina que dança suavemente a canção que não seria cantada nas igrejas...
A Igreja repudia alguns cantores, ditos, "seculares". Se cantássemos músicas como A Cura, de Lulu Santos no altar seríamos lançados para fora da igreja. Se ouvíssemos a reflexão que há na música de Zé Ramalho, Vida de Gado, numa roda de estudos bíblicos, seríamos taxados de mundanos, seja lá o que isso signifique. Isto mostra que não sabemos separar o artista de suas obras. Queremos aplicar o verso 18 de Mateus 7 á toda obra criada, quando o que o texto diz é sobre atitudes de pessoas e não coisas criadas por nós.
Se formos aplicar Mateus 7:18, á tudo o que for criado por homens, devemos rasgar de nossas Bíblias os livros de Provérbios e Eclesiastes, ambos atribuídos á Salomão, que morreu desviado dos caminhos do Senhor (1 Rs 11).
Contudo, quero chamar os leitores a refletirem mais sobre o que é puro e o que é impuro. Não escuto todas as músicas de artistas "seculares", mas muitas cantadas por "hereges" trazem as verdades de Deus á nós. Como bem disse um professor meu: "Uma verdade não vira mentira somente por ser dita na boca de um mentiroso". Pensem nisso.
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