Despeço-me de você com muito pesar, minha querida. Não, eu não faço coro aos paneleiros que, não conseguindo cantar e dançar a música proposta há quatorze anos atrás, decidiram abruptamente trocar o disco neste momento.
Sei que você não tem culpa dos crimes que sequer foi acusada neste processo de impedimento. Na aparência lutaram contra a corrupção; mas foi contra a corrupção dos outros e não a deles mesmos. Sei também que você não é culpada por ter feito as tais alianças de governabilidade, que há muito viraram as costas para você. Disseram que você tem pouca articulação com essa gente. Concordo com você; com alguns "tipos" não se pode dialogar, pois eles só pensam neles mesmos e não no povo que te elegeu, minha querida.
Você foi valente. Resistiu a tudo e a todos até agora e, sei, continuará lutando nos próximos seis meses pela justiça e pela democracia. Você lutará por nós, os 54 milhões de brasileiros que não querem mais o projeto deles. Lutará pelo Brasil que poucas vezes lhe deu o devido respeito. Como pode você, minha querida, amar tanto este país que lhe deu ratos, açoites, Ustras, Bolsonaros e tantos xingamentos impublicáveis? Você tem minha eterna admiração, querida.
A minha despedida, por mais triste que seja, ela é despedida com sabor de esperança de que em breve nos reencontraremos e tomaremos um bom café com pão de queijo, na companhia da justiça e da democracia no Palácio do Planalto ao som daquele bom disco que estava tocando até ontem. Então, "Até logo, minha querida Dilma Rousseff".
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