O "por que" é o som da mão que bate na porta do conhecimento. Algumas portas não se abrem no primeiro "toc, toc". Mas se a dúvida persiste o caminho das respostas se dará através de muitas outras portas a serem batidas. Para isso, basta não deixar que morram os "por quês" da vida.
A vida só é vivida de verdade se os "por quês" também estiverem vivos em nossa mente. Quando o "por que" atravessa nossos lábios e ganha o mundo, é nossa alma dizendo que está viva e anseia por respostas. As perguntas que nascem de nossas dúvidas são o motor da vida. São elas que nos fazem mover rumo ao desconhecido, ao novo que desfaz tudo aquilo que é velho, ultrapassado e, muitas vezes, engessado por nossas certezas. Não há perigo na dúvida. Mas é certeza que habita o grande perigo que nos deixa tão imóveis quanto um defunto. Uma pessoa cheia de certezas é alguém facilmente tragada para um estado de ostracismo.
Como homem religioso que sou, fui ensinado a não ter dúvidas. Fui ensinado que Deus é resposta para tudo aquilo que ainda não tenho resposta. Algumas vezes a religião tem esse infeliz viés danoso á vida. A dúvida é entendida como algo perigoso entre muitos religiosos. No ambiente religioso, Fé e Dúvida são visto como entidades em oposição e constante conflito na vida dos crentes. Em oposição a este pensamento, Jacques Ellul afirmou que: "A fé pressupõe a dúvida, a crença exclui a dúvida. A fé não é o oposto da dúvida, a crença é.". A crença se dá no momento que as respostas obtidas se tornam ortodoxias engessadas e intocáveis. Não deveria ser assim.
As ideias não deveriam descansar. Deveriam ser renovadas por um estado de constante dúvida. Na medida em que vamos obtendo respostas para as dúvidas primeiras, novas dúvidas vão surgindo ocupando o lugar das anteriores e, assim, o ciclo dúvida-busca-resposta vai se repetindo ao longo de nossa caminhada. "Mas nunca chegaremos em um lugar de sossego das ideias?", alguém poderia perguntar. A resposta é não. O mais importante não é o destino final onde nossas dúvidas podem nos levar e sim o caminho pelo qual ela nos conduz e constrói nossa identidade. Como Cristo que não se apresenta como simples destino da Fé, mas Caminho pela qual a Fé é vivida.
"Felipe, onde você quer chegar com isso?". Não sei. Mas sigo caminhando em busca de respostas sem tirar o olho do Caminho. Pois "só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa." - Sócrates
"Felipe, onde você quer chegar com isso?". Não sei. Mas sigo caminhando em busca de respostas sem tirar o olho do Caminho. Pois "só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa." - Sócrates
Nenhum comentário:
Postar um comentário