É só o amor, é só o amor. Que conhece o que é verdade.
Monte Castelo, de Renato Russo.
Ontem dia 12 de abril, o Supremo decidiu por 8 votos a 2 que aborto de feto sem cérebro não é mais considerado um "crime". As discussões que se desenrolarão após essa decisão, devemos acompanhar atentamente nos próximos meses e quem sabe até mesmo anos, pois é tarefa da Igreja estar atenta a demanda espiritual do mundo.
Não sou médico para dizer se um feto anencéfalo pode ou não ter uma vida normal, ou se pode mesmo viver. Isso está além da minha formação acadêmica. Não posso mesmo dizer se continua sendo um crime diante de Deus, ainda que o Supremo tenha descriminalizado o aborto de anencéfalos.
Enquanto cristão não posso ainda querer que minha fé diga o que um Estado Laico pode ou não pode fazer. O Estado não é Teocrático, graças a Deus. Com tantas interpretações das Escrituras vistas em solo tupiniquim, isso poderia ser um desastre terrível. Não posso fazer com que minha fé vire Lei e obrigue os que não compartilham da fé em Javé o façam á força. Deus bate a porta; não a arromba. Nem mesmo posso obrigar pais cristãos, que por algum motivo não consigam dar o devido suporte a uma criança nascida sob tais circustâncias, á levarem adiante a gestação.
Israel foi uma nação Teocrática, com legislação divina e isso não fez como que o povo optasse pelo correto. Por isso não vejo como derrota o que aconteceu ontem. Consigo ver a mão de Deus na decisão de descriminalizar o aborto de anencéfalos. Isso porque nunca foi uma Lei, no sentido religioso da palavra, que fez com que as pessoas fizessem o que é certo diante de Deus. Não deu certo com o movimento farisaico...
Muito disse sobre o que eu não posso e não devo fazer. Agora quero falar do que eu posso fazer.
Eu posso, enqaunto agente tranformador do mundo, orientar as pessoas a tomarem a decisão certa no caso de uma gestação de anencéfalos, sem jamais fazer com que a minha opinião seja arbitrária no caso de decidirem por abortar ou não. Posso tamém sofrer junto com uma família diante de um momento tão delicado. Posso ainda ajudar com todo suporte possível, caso decidam levar a gestação adiante. Resumindo, posso contribuir ajudando a encontrar ao Cristo na decisão que tomarem.
A única coisa que pode mudar a mente das pessoas em relação ao aborto, é a renovação da mente proposta por Jesus:
"Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Metanóia¹, porque é chegado o reino dos céus." (Mt 4:17)Não é uma Lei que nos orienta, antes o Amor. Não é porque algo não pode que devemos deixar de fazer. Antes o crivo que deve orientar a todos os cristãos é o Amor. Poise "o amor é o cumprimento da lei". Se alguém não abortar um feto anencéfalo, que não seja por haver uma Lei, divina ou humana, mas que seja por autruísmo, por amor ágape e não por cumprimento de regras. Deus não é uma regra. Deus é Amor.
Segue o vídeo que conta a história de um casal que decidiu levar adiante uma gestação complicada:
¹ - Metanóia (grego), "mudança de mentalidade"; "arrependimento".
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