Frases

18 de nov. de 2015

Livrai-nos de todo machismo, amém


Uma garota francesa chamada Natalie Amyot, morou por três meses na Austrália e ao término deste período conheceu um rapaz com quem teve uma noite de sexo. Na manhã seguinte, ela voltou para seu país. Seis semanas depois descobriu-se grávida. Contudo, ela teria perdido seu aparelho celular e não teria outro contato do rapaz. O que ela fez? Gravou um vídeo contando sua história e colocou na internet pedindo ajuda para encontrar o pai de seu bebê.

Cansado de ver a enxurrada de "hoax" aparecendo no meu mural, pesquisei sobre o caso e achei o perfil da moça. Em seu mural ela posta diariamente notícias sobre sua jornada em busca do rapaz. Infelizmente, há também postagens pedindo para que as pessoas parem de julga-la, "pois eles não a conhecem". Numa das postagens, ela se diz muito chateada pela crueldade com que vem sendo tratada. Pessoas essas, que não podem lhe ajudar em nada, mas gastam seu tempo ofendendo uma jovem que transou com um desconhecido e dele engravidou. Por fim, a história tratou-se de uma campanha publicitária de uma agência de turismo tentando atrair visitantes para a cidadezinha. Contudo, esta história permite-nos algumas reflexões.

E SE A HISTÓRIA FOSSE ASSIM: "Jovem RAPAZ francês morou por três meses na Austrália e ao término deste período conheceu uma MOÇA com quem teve uma noite de sexo. Ao regressar para seu país recebe uma mensagem de um desconhecido australiano que lhe informa que a moça com quem ele transou está grávida, mas ele não sabe como ajuda-lo a encontra-la. O rapaz grava um vídeo e pede ajuda na internet." Qual seria a reação dessas pessoas que atacam a jovem Amyot? 

Infelizmente, acredito que o rapaz da história hipotética seria louvado por seu ato de bravura e hombridade. "Que homem faz uma coisa dessas hoje em dia?", diriam alguns. Seria elevado ao status de "príncipe encantado" em defesa e honra de uma donzela australiana. De sua história se faria um "motivo para continuar a acreditar no amor". Dentre muitas bobagens que poderíamos dizer, o tratamento que ELE receberia, seria muito diferente do que a jovem recebeu de alguns.

Por que? Porque algumas pessoas pensam que uma mulher quando transa casualmente com um desconhecido "é puta". Agora quando um homem transa casualmente com uma desconhecida, "é garanhão"; "é macho". Na sociedade moderna o sexo casual é um direito apenas do homem. O falocentrismo ainda é a ordem do dia. Uma lástima.

O pênis circuncidado foi ao longo do judaísmo o símbolo máximo do relacionamento do povo com Deus. Contudo, apenas o homem, por motivos óbvios, poderia carregar aquele importante símbolo. Após a vinda de Cristo, Paulo corrige este engano na carta aos Gálatas. O símbolo do compromisso com Deus não estava pênis, isto é, no ser humano macho; o símbolo de relacionamento é algo que macho e fêmea podem ter, pois é algo de matriz espiritual (amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança). E contra essas coisas o machismo patriarcal não tinha poder (Gálatas 5:22,23).

O machismo é algo que até o próprio homem precisa ser liberto. Machismo que priva o pai de beijar o filho e vice versa. Machismo que canta "homem não chora". Machismo que não veste "cores femininas" (de onde tiraram isso?) por temer ser taxado de "não-macho". Machismo que impede muitos homens de demonstrarem seus sentimentos a outras pessoas. Machismo que precisa de criar uma página para destacar seu "orgulho de ser hétero". Machismo e machismos...

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