Parti. Um tanto influenciado por muitas outras partidas, parti. Dividi. Não fui o primeiro a fazê-lo, mas cirurgicamente dividi com o cuidado de não deixar nenhum ferido em algum dos lados. Desafiei. Como um adolescente, um tanto pueril talvez, desafiei o sistema existente no "meio" e em mim. Cresci. Ainda é cedo para dizer, mas já não sou o mesmo de antes: eu cresci.
Alguns crescimentos são bons e outros ruins. O bebê que cresce no ventre da mãe que ansiosa espera pelo primeiro choro da criança é um bom crescimento. O câncer que cresce e se espalha pelo corpo é um crescimento ruim. Mas todos precisamos crescer. O crescimento é um sinal de que estamos vivos.
Escrever já foi mais fácil. Digito cada palavra com esforço homérico para que haja inspiração para uma próxima palavra e a cada nova linha vou sendo aquecido por Aquele que é a fonte de toda a inspiração humana. Nestes meses decorrentes ao meu desigrejamento tenho tido vontade de escrever reflexões das mais variadas. Minha habitual prepotência faz ecoar dentro de minha cabeça a ideia de que um dia eu poderia ser um bom escritor. Devaneio de devaneios.
A verdade é que antes tinha mais o que escrever. Minha pena era áspera e minha tinta não reluzia cores atraentes. "Era ou é?" Eu não saberia dizer... Tenho oito rascunhos pela metade arquivados no Blogger e nem sei se algum dia ganharão vida. Eles fazem parte de outra época. De uma época a qual tenho saudades e saudade nenhuma. Meus bons meninos e meninas cresceram e eu não estava lá. Mas pelo menos também não estava lá para ter mais material para minha áspera pena. O crescimento cobra seu preço.
Parti, dividi, desafiei e cresci. Parti, pois me considerava um remédio que não surtia mais efeito e poderia acabar trazendo efeitos colaterais não previstos. Dividi, pois eu sabia que se junto estivesse não deixaria que tomassem o seu próprio caminho. Desafiei, porque não acredito que certas práticas promovam o reino de Deus. Sim, eu cresci. Cresci e não vou mais partir, dividir ou desafiar novamente. Onde pousar estarei unindo e juntando os cacos quebrados. Desafiarei a mim mesmo a permanecer num lugar onde Pedro's e Paulo's possam ser diferentes e juntos cearem. Não importa quão grande sejam as diferenças.
Escrever esse diário é libertador. Escrever é expurga os demônios de quem escreve. Quem escreve abre a porta da alma á quem se dispõe a ler. Escrever é dar vida ás ideias de uma mente nem sempre sã. Escrever foi o meio que um povo decidiu contar sua história com o seu Criador. Escrever é o meio pelo qual este menino que vai crescendo aos poucos, a contar sua história com o seu Criador.