"Deus não existe".
Salmo 14:1
O cristão é aquele que crê na manifestação de Deus no Cristo, seu Filho. A Fé em Deus Pai e na sua obra salvadora através do Deus Filho é o que diferencia o cristão do cético. A Fé é algo que o cristão faz por si que o conecta ao Deus crido que se agrada da Fé, uma vez que "é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe" (Hb 11:6). Pode-se dizer que crer é aproximar e aceitar a proposta daquele que espera a confiança de quem crê. A Fé se dá na aproximação do que ouve (Rm 10:17).
A ausência da Fé é um tipo de aproximação do cético ao Divino e quando está próximo escolhe, por dúvida ou por não compreendê-lo, não crer. A dúvida é parceira da Fé e não um excludente da mesma. "A Fé pressupõe a dúvida, a crença exclui a dúvida; A fé não é o oposto da dúvida, a crença é", disse Jacques Ellul. A não-compreensão pode acontecer influenciada por fatores variados, como a má comunicação da Fé ou indignação frente aos simpatizantes do Cristo que afirmam ser Seus discípulos quando na verdade vivem a envergonhá-lO. Sendo assim, a ausência da Fé é uma reação optativa que nasce nas mais diversas fontes e que não cabe a ninguém julgar a não ser Deus.
No Salmo 14 é dito que o "néscio", ou tolo, nega a existência de Deus. Deus é apresentado por João discípulo de Jesus como "amor". Negar a existência de Deus é negar também o amor presente, e muitas vezes ausente, no mundo. É negar que a proposta de perdão e reconciliação por meio do amor é possível. É, antes de tudo, perder a esperança por dias melhores. E na perda da esperança a vida perde a cor, o sabor e o aroma de Deus.
Deus é apresentado nas Escrituras como esperança para um mundo sem amor e sem paz. Jesus se apresenta como o Caminho a ser trilhado em busca de reconciliação com Deus e com seu propósito inicial do Criador: vida abundante para todos (Jo 10:10). De maneira utópica, Ele apresenta um escape para a dor, para as frustrações, para o medo, para a morte física e espiritual.
O "tolo", ou "néscio" não é aquele que não tem Fé em um tipo de deus, mas aquele que nega a possibilidade de haver saída; é aquele que nega não haver amanhã; aquele que nega que a noite não irá acabar e que o sol não vem quando ele disse "eis que cedo venho!" (Ap 22). Agir tolamente é se aproximar da proposta de conserto do mundo por meio do amor e dizer "não estou interessado". Contra essa tolice não há coração que caiba Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário