No último sábado aconteceu algo "novo" para mim. Enviaram da igreja sede um rapaz para fazer a homilia na congregação onde sou responsável pelos jovens há pouco mais de um ano. Não perguntaram se havia agenda, apenas enviaram.
Se já não tivesse me deixado chateado o fato da minha opinião não ter valor para alguns mandatários da sede, o sujeito chegou atrasado, fazendo algumas ameaças caso não pregasse (parece que já o boicotaram antes em outras congregações ligadas a sede). Conversei com ele dizendo que iria pregar naquele dia, mas que numa próxima vez ele iria precisar mais do que ameaças para conseguir seus objetivos.
Por ter fama de "cantor", cantou um funk antes de começar a pregação. Tudo bem. Não é meu gosto musical, mas vou procurar uma letra que adore a Deus. Não achei. Em seguida pediu para colocar música de fundo [quero deixar aqui uma alerta: desconfie de todo pregador que precise de música para pregar. A Música altera os batimentos cardíacos e leva as pessoas a acompanharem a métrica da música e seus corpos correspondem a isso]. A música era Gracias, do Marcos Witt. Tinha um grande apreço por essa canção, que sempre me levou a ser grato ao Criador e Salvador Jesus. Mas nos dias de hoje começo a repudiar a música por não conseguir desassociá-la da tática de alguns pregadores.
Em seguida o irmão, começou a conversar com Deus: "Sim, Jesus. Eu falo. É para falar isso também? Eu falo, pode deixar...". Me contaram isso depois, pois no calor do momento não me atinei para isso. Depois começou a brigar com o rapaz da mesa de som, pedindo para aumentar o volume do retorno. Eles gostam mesmo é de barulho ("..longe de mim o ruído de vossos cânticos" - Amós 5.23).
O "Tanque de Betesda" virou lugar de lavar roupa. Buscar casamento com quem tem dinheiro, como Jó por exemplo, foi incentivado. Fazer amizade com quem tem condições de "vencer na vida" foi dado como modelo a ser seguido. Ter Fusca virou sinônimo de falta de fé ou maldição: o certo era ter Hilux! Eu me contorcia na cadeira. A toda palavra de incentivo a prosperidade, vitória, conquista, etc., que não colocava "meus meninos" em euforia irracional, o pregador perguntava se o povo estava morto ou se realmente haviam saído de casa para cultuar. Não pude fazer nada. Temi fazer algo que depois colocasse em maus-lençóis meu pastor que deve submissão a sede.
Ao término agradeci ao rapaz que pediu que orássemos por ele. Oramos e em seguida foi-se ao fundo da igreja colocar seus CD's para vender. Com temor e amor em minha intenção, coloquei alguns "pingos nos ís" dizendo aos jovens que não procurassem relacionamentos por interesse, antes pelo prazer de ter bons amigos ao lado. Que não procurassem relacionamentos pensando na condição financeira do parceiro(a). Antes seguissem o exemplo de Cristo que procurou nos pobres e marginalizados companhia.
Refleti depois e vi que não foi de tudo um desastre. Ao ver os jovens pensando no que era falado ao invés de ficar dando chilique mântrico, jubilei por dentro. Senti-me parcialmente realizado enquanto líder. Me deu esperança e motivação para continuar, com a sempre presente ajuda de Deus, a auxiliar no crescimento espiritual deles. E com isso, cresço também.
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