Aficionado em livros sobre a civilização grega, o nobre francês Pierre de Fredy teve uma idéia arrojada. Em 1894, ele planejou reeditar os velhos festivais esportivos da Olímpia. Seu objetivo era unir os povos por meio dos ideais do esporte, aproximar o esporte da cultura e colaborar na formação do caráter da juventude.
Coubertin apresentou seu projeto para o governo francês, que topou o desafio. Em 1896, o barão inaugurou em Atenas a primeira Olimpíada da era moderna. Apaixonado pelos Jogos, ele investiu grandes somas de dinheiro para garantir a continuidade dos eventos. Com uma condição financeira nada nobre, ele faleceu em 1937. Seu coração está enterrado num mausoléu, na cidade de Olímpia.
O sonho é o combustível que propicia grandes mudanças em nosso mundão. Surge na mente do sonhador como uma pequena fagulha. Para os que convivem com o sonhador, trata-se apenas de algo sem importância. No entanto, grandes incêndios de criatividade começaram sob o descrédito e a incredulidade alheia.
Coubertin jamais poderia imaginar o alcance de seu projeto. Neste ano de 2000, as Olimpíadas tiveram uma participação recorde de atletas. Foram quase onze mil pessoas desafiando os limites humanos e, por várias vezes, rompendo a barreira da impossibilidade. Eles treinam anos a fio, para conseguir melhorar suas marcas em apenas alguns segundos. Investem suas vidas para ouvir, com os olhos marejados, o hino de seu país ser tocado enquanto a bandeira é alçada para o alto.
A audiência dos jogos atingiu a incrível marca de 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo. No caso do Brasil, o sonho de Coubertin deixou muita gente acordada madrugada adentro, devido à diferença de fuso horário.
Imagino que Deus também olha para o seu povo em busca de sonhadores. O Senhor de toda a criatividade tem projetos que podem alterar o curso de milhares de vidas e alcançar aqueles que vivem na escuridão, caminhando às apalpadelas. Contudo, o povo santo muitas vezes prefere a comodidade morna do saleiro. Qualquer arroubo criativo é imediatamente decepado. “Sempre fizemos assim”, protestam.
Um homem da Bíblia foi conhecido como “o sonhador”. Mesmo confinado numa prisão lúgubre, não desistiu de confiar nos planos divinos. Como águia, usou a força contrária dos ventos para levar a mente aos lugares altos, ainda que as circunstâncias o mostrassem vivendo sob grades.
O treinamento foi eficaz e José foi alçado a uma posição de destaque no governo. E, suprema ironia, proveu alimento para os que antes zombavam dele. Foi usado por Deus para alimentar o povo durante um período difícil, cujo legado nos propiciou a expressão “vacas magras” para nos referirmos à escassez.
A fome é algo terrível, mas não há escassez pior do que a acomodação à mesmice. Definitivamente não fomos criados para viver ciscando, olhando para baixo e presos pelo abjeto sentimento de conformismo. As grandes mudanças sempre vieram por intermédio daqueles que não se curvaram à mediocridade. Deus está à procura de sonhadores. Ele anseia por abençoar pessoas que, apesar de os pés caminharem rente ao chão, têm a mente plantada nas regiões altas.
O seu sonho pode causar um impacto profundo no curso da história. E, ao contrário da máxima olímpica, na vida cristã o importante não é competir. Fomos destinados à vitória. Devemos ocupar o lugar de destaque no pódio. Nunca se contente com menos que isso. Não existe lugar melhor para deixar seu coração guardado. Nos braços do Senhor, sonhar alto sempre valerá a pena.
Fonte: PavaBlog
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